15.5.06

Igualdade, ainda que tardia



Ação inclusiva da prefeitura de Banzaê aproxima o poder público dos povos indígenas


No Brasil há cerca de 215 grupos indígenas oficialmente reconhecidos. Contudo em apenas três unidades da federação os nossos nativos compartilham o poder público diretamente com os brancos. Paranatinga(MT) e Antônio João (MS) foram os primeiros municípios do País a incorporar nas suas respectivas estruturas administrativas órgãos espéficos destinados a promover políticas públicas para as nações indígenas. Ontem, com a instalação do DAI (Departamento de Assuntos Indígenas), o Banzaê(BA) passou a figurar como o terceiro município do Brasil a criar um órgão municipal com a função de promover e executar políticas públicas exclusivamente para indíos.

A prefeita de Banzaê, Jailma Gama, confessou ao Blog do Gomes que a criação do DAI é um projeto antigo, que ela vem perseguindo desde o primeiro mandato. Mas, em função dos conflitos havidos no passado, somente agora foi possível implantá-lo. "Com a instalção desse departamento especificamente voltado para os interesses dos índios da nação Kiriri, Banzaê promove o mais radical projeto de inclusão social da Bahia, promovendo os indígenas à condição de legítimos cidadãos brasileiros com efetiva participação nas decisões do poder público", pontifica a alcaide.

Com efeito, o DAI cuida-se de iniciativa pioneira no Estado da Bahia, onde há cerca de 15 grupos indígenas. Segundo o presidente da FUNAI, o antropólogo Mércio Pereira Gomes, a criação do órgão não se encerra na simples implantação de mais um aparelho burocrático. Representa, isto sim, um nobre gesto de reconcialiação da população de Bazaê com suas minorias étnicas.

De fato, brancos e índios são todos banzaeenses. Porém, de agora em diante, convivendo de forma mais igualitária. "É o que pretendo traduzir no lema: "Banzaê: uma história igual para todos", lembra Jailma.

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