27.6.06

O rompimento

O internauta Antônio Júlio (julioalbr@yahoo.com.br) nos enviou o seguinte email:
"Olha realmente fiquei sentido em saber que
o Dr. não apóia mais o sr. Prefeito, como pode um Dr que sempre
esteve ao lado dos fracos e oprimidos, com belos projetos para atender
a massa dos mais necessitados e de repente esta fora do grupo que tem o mesmo
pensamentos que o seus , como o sr. mesmo pregava em praça publica.
Que houve Dr , para efetuar tal mudança , o que o desencantou ? foi
a falta de holofotes , foi achar que a turma do Zé realmente se preocupava com a
população ? Vamos Dr fale o que realmente fez abandonar o barco. Vejo com
tristeza que nossa cidade realmente anda sem rumos, exemplos como do sr Dr. ( e
outros Drs.) é ótimo para acordar nossa população, e mostrar quem realmente se
preocupa com o povo, pelo o que podemos ver os Drs só se preocupam com seus
umbigos.AbraçoJulio Almeida
P.s : "os pombalenses estão à mercê da
bandidagem, na medida em que a polícia não dispõe minimamente dos meios
essenciais à proteção dos cidadãos".O sr lembra destas palavras?.O que o Dr. tem
cobrado das nossas autoridades municipais(que chegaram ao poder com o
seu apoio) para minimizar estes
problemas."
A mensagem não é nova. Já a tinha lido no site www.ribeiradopombal.com. Basicamente, Antônio Júlio cobra esclarecimentos sobre o rompimento do autor deste Blog com o atual governo municipal, formulando as seguintes indagações: 1) Como pode alguém que sempre esteve ao lado dos fracos e oprimidos, com belos projetos para atender a massa dos mais necessitados e de repente esta fora do grupo que tem o mesmo pensamentos que o seus , como o sr. mesmo pregava em praça pública? 2) Foi a falta de holofotes? 3) Foi achar que a turma do prefeito Zé Grilo realmente se preocupava com a população? 4) O que doutor Gomes tem cobrado das autoridades municipais para minimizar os problemas da insegurança pública? No mais acrescenta alguns juízos de valor às suas interrogações.
A resposta:
Caro Antônio Júlio,
Antes, manifesto minha alegria pelo fato de haver recibido a sua mensagem. Convido-lhe para que continue visitando o nosso espaço na blogosfera, externando sempre o seus respeitosos comentários. Reputo também legítimos seus questionamentos a respeito do meu rompimento com o governo municipal. Sou um homem público, por isso devo satisfação à opinião pública. Essa, por sinal, é uma das finalidades do Blog. Dito isso, respondo com satisfação às suas perguntas.
Desejo pontuar inicialmente que as razãoes do meu rompimento com o governo Zé Grilo são públicas. Anuncie a ruptura numa estrevista ao vivo concedida à rádio Educadora AM de Ribeira do Pombal, cujo arquivo está à disposição dos interessados na própria emissora. Na rádio Pombal FM também expus os motivos pelos quais rompi com a atual classe dirigente. Neste Blog, anunciei o rompimento no post titulado de Inversão política: Baixinho entra, Dr. Gomes sai, bem como na postagem Nota de Esclarecimento: Advogado responde ao líder do governo na Câmara Municipal de Ribeira do Pombal. Ainda assim, em homenagem à sua visita ao Blog, Antônio Júlio (AJ), pretendo me esforçar para responder à altura as suas interrogações.
Respostas:
1) AJ, a conclusão segundo a qual estou "fora do grupo que tem os mesmos pensamentos que os [meus]" é equivocada. O grupo político alçado ao poder não foi o de dr. Gomes. Até às eleições de 2004, pertencia a um grupo denominado "100% Renovação", formado pelo PPS, presidido por mim, PSDB (Conceição de Nair) e PSB (prof. Paulo Nery), cuja frente se relacionava com os demais partidos da linha socialista. Como não conseguimos emplacar a chapa majoritária (prefeito), por uma questão tática, o PPS se coligou nas eleições proporcionais (vereador) com alguns partidos que deram sustentação à candidatura de Zé Grilo. Isso ocorreu naturalmente porque o PPS estava na oposição ao governo de então e a chapa encabeçada pelo atual prefeito também.
2) Ao assumir o comando da prefeitura, em janeiro de 2005, Zé Grilo contratou a nossa empresa de advocacia para assessorá-lo por um ano. Como o Município, estava enfrentando problemas de caixa, em função de constantes bloqueios de verbas e dívidas herdadas da administração anterior, propus ao prefeito, em setembro de 2005, a rescisão amigável do contrato de prestação de serviços como forma de colaborar com o saneamento das finanças públicas. O que de fato ocorreu. No fim de março de 2006, decidi romper não somente com o governo municipal, mas também com o sistema político do qual Dadá, Nilson Brito, Nilson Rabelo, dr. Jairo, Mendonça, Nathan Brito, Marcelo Brito, Valtinho de Teté, Baixinho, Zé Agusto, Zuí, Zé Careca, Hélio Brito etc. são peças-chave e Zé Grilo passou a intregar abertamente (Sobre o assunto, leia o post Pacotão em baixa.
3) Quanto aos holofotes, informo que em Pombal não há TV. Contudo, é inevitável que as pessoas que lutam, que produzem, que apresentam resultados, destaquem-se mais do que aquelas inertes, inativas, que se limitam a ver o bonde passar, desprovidas de ação. As oportunidades são as mesmas para todos, a realidade é pródiga delas, mas somente as pessoas atentas conseguem enxergá-las. Outras preferem aplaudir o sucesso alheio; outras, a se renderem ao fracasso, lamentando-se do próprio destino.
4) Entendo que, até o momento, o governo municipal, vem atuando no limite de suas possibilidades. Tem demonstrado, com investimentos na educação, saúde, esporte e lazer, que o grupo derrotado estava fazendo muito pouco, considerando-se as receitas, bem como as potencialidades de Ribeira do Pombal. Outro ponto nodal contra o qual me insurgia era a corrupção que graçava no governo Dadá, preso recetente por tal motivo. Nesse sentido, "a turma do Zé" tem se preocupado com a população, sim. Não costumo negar as virtudes dos meus adversários. Isso não me obriga, evidentemente, a comungar com os métodos políticos deles.
5) No tocante à insegurança pública em Ribeira do Pombal, informo que venho participando de debates sobre o tema, tenho apontado as falhas no sistema de segurança pública e os responsáveis por elas, na condição de quem já atuou como investigador de polícia na Polícia Civil de São Paulo e policial militar no mesmo Estado. Confira o despacho Causas da criminalidade.

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