11.3.08

Inventário de ACM vira questão política nacional

Ao deferir uma liminar para arrolamento de bens no apartamento do falecido senador Antônio Carlos Magalhães, a juíza da 14ª Vara de Família de Salvador, Fabiana Oliveira, acabou gerando um problema de ordem política nacional. O pedido foi solicitado por Tereza Mata Pires, filha e herdeira do falecido ACM. Ocorre que os oficiais de justiça, acompanhados de força policial e advogados da OAS, do sr. Cesar Mata Pires, aproveitaram a ausência da viúva dona Arlette Magalhães (78), para arrombar o apartamento.

A execução do ato teria passado em branco se a juíza Fabiana Oliveira não fosse esposa do deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA), ferrenho e histórico opositor ao carlismo na Bahia. O fato provocou imediata reação da oposição no Senado. Segundo o líder do DEM, Agripino Maia (RN), e do PSDB, Arthur Virgílio(AM), o apartamento, localizada no bairro da Graça, em Salvador, foi aberto com o uso de uma chave mestra, a mando de uma juíza da Bahia que é casada com o ex-líder do PT na Câmara, deputado Nelson Pelegrino. Virgílio informou ainda que dona Arlete está proibida de entrar na residência. O senador Tasso Jereissati também reclamou "da ordem judicial". "Foi um ato de truculência", disse Agripino. O presidente do Senado, Garibaldi Alves, constitiu uma comissão para examinar o caso.

Em nota, a família do falecido senador ACM classificou de "ato brutal" a invasão à casa da viúva, d. Arlete. O ato da invasão recebeu inclusive o "apoio logístico" da construtora OAS, de propriedade do genro de ACM, que transportou quatro advogados da empresa, dois oficiais de justiça, chaveiros e seis soldados da Polícia Militar. A nota foi a seguinte, na íntegra:


"A família do senador Antonio Carlos Magalhães repele o ato brutal e violento que foi cometido durante o dia de hoje, por mais de seis horas, contra a residência da senhora Arlette Magalhães, viúva do senador Antonio Carlos Magalhães. Sob pretexto de cumprir uma ordem judicial de avaliação de bens, 3 oficiais e 6 soldados da Polícia Militar da Bahia, acompanhados de 2 oficiais de Justiça e dois chaveiros, além de quatro advogados da Construtora OAS, arrombaram o apartamento da senhora Arlette Magalhães, situado a Rua da Graça, 383, aptº 1701, num claro ato de violação de privacidade e propriedade. O agravante é que a ação de funcionários do Estado da Bahia e da Justiça recebeu o apoio logístico da Construtora OAS, cujo proprietário César Mata Pires é parte interessada no processo. Veículos pertencentes a César Mata Pires transportaram oficiais de Justiça e um motorista do empresário foi comprar lanches no McDonalds para os militares. Diante de tais atos de brutalidade e falta de civilidade contra a viúva do senador, que em nenhum momento foi citada na ação, a família do senador Antonio Carlos Magalhães vem a público dizer que todas as medidas legais serão tomadas e ao mesmo tempo vem agradecer as manifestações de solidariedade que vem recebendo de diversas pessoas da Bahia e de outros estados
do Brasil."


Com informações da TV Senado, claudiohumberto.com.br, Último Segundo.

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